sexta-feira, 4 de junho de 2010

Refletindo .

Sentei-me numa lanchonete, esperando meu café da manhã.
Virei para as janelas de vidro e fiquei observando uma das ruas mais movimentadas da minha pacata cidade.
Assistindo os passos de cada um, olhando seus olhares, suas expressões, suas pressas, suas paciências, o misto de emoções que movia aquele lugar tão público, confuso e rico de pensamentos, pensamentos particulares, pensamentos que tentei deduzir, sendo a dedução minha arte mais falível.
Tentei liga-los a mim, descobrir se havia algum pensamento comum, se pelo menos um deles, mesmo em suas pressas, poderiam estar pensando o mesmo que eu, ou ser ao menos como eu, que mesmo no agito do dia-a-dia, andando no meio daquele monte de pessoas, ainda consegue pensar no beijo dele, no olhar dele, lamentar pelas promessas vazias. Se eram como eu, que mastigavam as coisas na mente, se antes de dormir controlavam a dor no coração e tentavam não alimentar uma raiva, ou tentavam não chorar. Se ficavam numa luta com a mente, desviando sua mente pra qualquer lugar, seja imaginando um campo vazio, com o sol a pino, ou uma sequência de números. Se eram assim como eu, tentando fugir do fantasma de alguém, que me deixa uma sensação de estar sendo seguida 24 horas por dia. Se eram como eu, se tinham problemas como eu. Se sentiam aflição ao pensar nas dívidas, e davam um grito pra si mesmo, " aaaaah, relaxe, vai dar certo." Sim, são como eu, não nessa exatidão. Invejo a frieza e o desinteresse de muitos, mas com certeza em algum aspecto, são exatamente como eu. O mundo não tem nada de raro, nada de novo, nada de muito especial :~