sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Os anjos da minha vida.

Eu estava pensando na morte. O quanto ela poderia doer. Tudo que eu deixaria aqui. Toda dor que eu causaria. As dúvidas que eu deixaria. Coisas pela metade (...) Perdi o ar por alguns segundos e minhas vistas escureceram. É. Que falta do que pensar... Do outro lado é tão obscuro e isso enfatiza que todo ser tem medo do desconhecido.
Eu fiquei imaginando como seria bom se do outro lado, num lugar claro e bonito eu encontrasse anjos. E que esses anjos fossem todas as pessoas que passaram por minha vida em suas melhores fases. Todas elas naquele momento em que passei a ama-las e elas passaram a me amar antes que tudo as afastasse de mim, ou antes que tudo mudasse. Algum erro, alguma outra pessoa, algumas mudanças que a vida nos obriga a fazer.
Isso me deu uma ponta de nostalgia. Passei a me ver sentada com Paty no Chocobom comendo nosso Fondue de chocolate branco com morango que era sagrado e roubando os guardanapos na mesa. Me vi deitada no chão dos corredores do CEFET-BA com Paty, Dica e Danilo conversando besteira, rindo de tudo e de nada. Vi as vezes que eu chorei e ela me acolheu. Ela era minha melhor amiga, meu Deus, quando a vida nos separou doeu tanto!
Eu me vi com Pâmela no dia em que trocamos nossos trajes comuns e fomos pra escola. Ela toda de rosa (que era como eu costumava me vestir aos 12 anos) e eu toda "rockeirinha" de preto e coisas metálicas nos braços. Nossos colegas de sala nunca esqueceram esse dia, nem eu! Me vi quando ela me obrigou a dar meu primei
ro beijo num menino feio do qual ela conseguiu me convencer que era bonito, voltamos pra casa assustadas com o coração palpitando e com aquela sensação de que todo mundo sabia que estávamos fazendo coisa errada. É, eu nunca fui muito boa nisso. Fiquei com nojinho e corri pro banheiro pra escovar os dentes e ela rindo de mim. Me vi naquelas tardes com ela ouvindo Amy Lee ou Linkin Park, Charlie Brown Jr - Zoio de Lua, nossa, música é uma coisa incrível, é como uma máquina do tempo!
Eu me vi com Emili e Laila, brincando de fazer perfume com as plantas que a gente rancava da vizinha que ficava na bruxa com a gente. Das vezes que sentávamos na porta quando estávamos entrando na adolescência pra falar de garotos. Brin
cando de pau-no-litro na infância. Baleado, dono-da-rua. Eu me lembro de um dia que a mãe de Emili passou mau e nós três, eu, ela e Laila nos ajoelhamos na sala da casa dela para orar e ela começou a chorar, eu abri meus olhos e vi que rolavam lágrimas dos olhos dela, saíam lágrimas dos dois olhos, aquilo me fez acreditar que o choro era sincero. Sei lá, na minha mente louca de criança o choro não era de verdade quando saía de um olho só.
Eu me vi naquela rua perto do Rondelli na Urbis 1. Sentada com Gabi Dadalto e Jéssica Andrade. Me vi no meu quarto no dia que conheci Jessica, nós riamos tanto, aquele podia ter sido o dia que eu mais ri na minha vida se eu não fosse o tipo de pessoa que ri de tudo. Me vi abraçando Jéssica, e ela molhando meu ombro todo de tanto chorar na igreja, meu Deus eu as amo tanto. Elas são as estrelas no meu céu. Eu me vi sentada no balanço com minha pequena Bruninha, quando eu tinha 14 anos e ela 9. Foi quando tivemos nossa primeira conversa de adultos. (risos) Ela foi a criança mais incrível que já
conheci ela é meu anjo eterno, unida pela vida e pelo nosso sangue. Minha prima três vezes. Minha Estrela, meu anjo. Eu me vi com a Rafha, sentada no banquinho da praça comendo hot-dog, quando as vezes nenhuma palavra precisava ser dita, nossas almas se entendiam. E riam de apenas olhar uma pra outra. Riamos tanto, tanto. Me vi nas madrugadas inteiras cantando desafinando. Me vi nas manhãs da escola, fugindo da rotina, sendo feliz em meio aos sofrimentos. Nos bastando!
Eu não posso ir e deixar todo mundo aqui. Já sinto a tal nostalgia. Será que eu me esquecerei?
Quero encontra-los lá, todos sorrindo pra mim. Me dando aquela sensação de paz que só a presença de cada um deles sabia me dar.
Meu coração guarda com tanto amor e saudades, os anjos que passaram por minha vida, os que permaneceram, os que mudaram, mas que da mesma forma os tenho, os que se foram, os que moram tão longe de mim. Eles construíram minha história. Construíram quem eu sou hoje! Existem aqueles que mesmo ausentes, ainda cuidam de mim. É desses que eu mais gosto!

Jamais me esquecerei. Eu tenho Certeza disso!